quarta-feira, 31 de agosto de 2011

da humildade


eu e os cabelos loiros conversamos ontem. legal saber que alguém visita meu blog e imprime as coisas que eu falo. espero que imprima isso também.

nós sempre erramos. não adianta. ninguém é impassível de erros. eu erro, você erra, sua mãe erra e, acredite se quiser, sua vozinha de noventa anos já errou um dia (agora ela não erra mais porque ela já tem mais conhecimento da vida), por falar em avós, Deus sabe como a minha errou, mas isso não vem ao caso.

é interessante ver os erros que cometemos. quero dizer, é interessante quando nós nos damos conta que erramos e assumimos isso. o ser humano tem a tendência de se achar superior. sério! eu não erro, só você que erra. não é assim que você pensa na maioria das vezes?

saber pedir desculpas é difícil, mas é uma dádiva. dizer que sabe o quanto errou, que oi? desculpa por ter publicado uma coisa, ok, desculpa por ter falado aquilo; é muito ruim. há quem diga que é um sentimento de derrota. eu não acho. cada vez que erro, eu percebo o quanto sou humana, o quanto preciso de uma auto-avaliação, o quanto sou, afinal de contas, normal.

não ser normal, pelo menos na minha concepção, é não errar. apesar de tentar ser, não consigo ser Jesus Cristo. Ele não errou, eu erro e ponto final. mas, é como conversamos ontem, cabelos loiros, o importante é não perder o respeito. eu perdi o respeito, você perdeu o respeito. e quando nós perdemos o respeito, aí velho, já era. se alguém tinha razão, ela já caiu por terra.

no mais, termino com uma frase de um livro do Dostoiévski (sim, olhos amendoados, ele é o cara! obrigada por me apresentá-lo) "Não deve nunca interpretar as coisas parcialmente e tampouco julgar a alma de um homem (...). A gente sempre, em lugar de só querer ver a verdade exata com intuito de julgar direito, acaba mais é cometendo injustiças por falta de ternura e caridade".

Sentiu essa. No mais, digo que sigamos com respeito, que não o perdamos. ele é importante, sério. sem picuinhas, sem fofocas, não estamos mais na terceira série. me perdoe. eu te perdôo.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

do suicídio


a palavra causa medo. e é de causar mesmo. mas, atirem as pedras se quiserem, sempre achei que o suicídio é a unção de duas extremidades: a covardia e a coragem. sim, coragem.

você com certeza já pensou na idéia. sempre que temos um problema, pensamos em como seria se, afinal de contas, déssemos um fim em tudo, de uma vez, sem pensar em família, sem pensar no amanhã, só em dar um fim. covardia não enfrentar os problemas.

mas, e quanto a matar a pessoa mais importante da sua vida? você mata, de fato, a única pessoa que o interessa. nós nunca amamos ninguém mais do que a nós mesmos. é verdade. mesmo quando dizem que "ah, você tem que se amar, não corra mais atrás de tal pessoa", você está, na verdade, fazendo algo por você. correr atrás de uma pessoa não significa que você a ama mais do que a você mesmo, significa que você se sente tão bem com aquele indíviduo que não quer que ele suma da sua vida. No final, você se ama.

matar a única pessoa que importa na sua vida é um ato de coragem. de desespero também, mas principalmente de coragem. depois do episódio, olho para as pessoas ao meu redor e me pergunto se elas seriam corajosas a esse ponto. ou covardes a esse ponto.




sábado, 27 de agosto de 2011

ainda dos olhos

ao fundo coldplay. yellow. estava por cima dele, como se estivessem fazendo amor, de fato. mas era diferente. não havia penetrações, nem gemidos. era amor com os olhos. ele tinha esse poder sobre ela. os olhos dele mandavam nela.

ela encarava aqueles olhos rasgados. era uma mistura nipônica com saxônicos. ela não sabia. mas eram lindos, como eram lindos!

você não sabe como é linda, índia. era o que ela ouvia. e ela sabia que não era assim tão bela, nunca fora tão bela. no máximo lia alguns livros a mais que a média, dançava bem, se expressava bem, mas bonita, bonita de fato, não era. eu sei que não sou, mas gosto quando você mente dizendo que sou

mas os olhos dele eram machadianos, eram a janela da alma. refletiam o que ele pensava. e ela conseguia perceber que, de fato, ele a achava linda! e ela se sentia linda. como se fosse a mulher mais linda do mundo, como se não tivesse aquela cicatriz feia na bochecha e como se nunca tivesse passado por nenhuma crise de pânico que lhe fizera cortar as pernas. era linda!

Your skin
Oh yeah, your skin and bones,
Turn into something beautiful,
Do you know?
You know I love you so,
You know I love you so



do recalque

olha, não sei muito o que tá rolando naquela sala. sala estranha, incompreensiva, de pessoas estranhas e pensamentos estranhos.

estive pensando, ultimamente, que algumas pessoas têm tanta raiva de si mesmo que têm a necessidade de transferir esse sentimento a alguém. seja aquele que tenta fazer graça, seja aquele que não está tão gordo quanto pensa, seja aquele que tenta se aproximar.

um conselho que eu dou a alguns de vocês, se é que me entendem, é que não tenham palavras ruins na boca. se tem uma coisa que aprendi com o espiritismo é que as palavras que você solta têm um peso. ok, quem sou eu pra falar de rancor, ou algo do tipo, mas não fale mal dos outros apenas pela vontade de falar mal dos outros. tenha pelo menos um motivo. inteligente, conciso.

saiba pedir desculpas por aquilo que você sabe que cometeu de errado. reavalie sua vida, seus pensamentos. que loucura é essa de pensar que as pessoas têm de odiar as outras? que loucura é essa de você tentar fazer alguém odiar outra pessoa pelo simples fato de fazer com que uma pessoa se sinta sozinha? que raio de cristianismo é esse que tem na sua cabeça loira pintada que não te deixar perceber que o que você tá fazendo é baixo? é mesquinho?

ao contrário de muitas pessoas, não sou a favor do ligar o foda-se. gosto de conversar, de discutir. de saber o que há de errado. mas parece que, infelizmente, eu sou a única que tem essa questão.

falar mal só por falar mal não é bacana. se você sente recalque, pinte seu cabelo de preto e puxe seus olhos.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Da mediocridade

Nunca fora um bom filho. Quando o pai morreu, estavam brigados. Por ser mais escuro que os familiares, achava que a mãe traíra o pai, ou que era adotado. Não aceitava suas feições, não aceitava sua família. Não aceitava nada.

Tornou-se um bom profissional. Afinal de contas, quem não tem muito amor no coração tem que pensar em outras coisas que não sejam do coração. Tornou-se um bom engenheiro. Florestal. Gostava de florestas. Talvez por sua ascendência indígena sentia proximidade mais com as plantas que com pessoas.

Até que um dia apaixonou-se. A mulher era dois anos mais velha, mas não importava. Era ela que ele queria, com ela teria seu filho. Ele sempre quis um filho, um garotinho, para brincar de futebol e dizer aos outros que era seu. Apesar dos problemas com seus próprios pais, ele acreditava que seria um bom pai.

Não veio um menino, e sim, uma garotinha, que muito se parecia com ele. “Pelo menos eu posso saber que é minha”, disse ele, irritado. Teve de aprender a gostar de coisas de garotas, de cores femininas.

“Meu Deus, ela já menstruou?”, foi o que pensou quando sua mulher lhe trouxera a notícia de que, afinal, a menininha virou uma mulher. E a filha já trazia traços de mulher. “Mas o que fiz, Deus? Mal me acostumei a brincar com ela”. O tempo passara e ele nem percebera.

Até que um dia ele descobriu que não amava mais a família. Amava uma garota que quase tinha a idade de sua filha. Por mais que a menina implorasse sua compaixão pela família, que pelo amor de Deus, ele ficasse em casa “eu ficarei sozinha, pai, não me deixe sozinha”, ele não se compadeceu. “não, não os amo mais. Nunca quis ter uma filha mesmo, sua mãe não prestou nem para me dar um homem”.

Saiu de casa. Viveu três meses de muito prazer, muitos sentimentos libidinosos, muitas aventuras sexuais. A nova mulher não tinha lá muito escrúpulos e, assim que pôde, ligou para a filha do homem para que ela pudesse ouvi-los durante o ato. A filha se matou logo em seguida.

“A culpa foi minha”, pensou . Não havia mais o que fazer. Ele percebeu o quanto amara aquela criaturinha que nunca foi o que ele queria. A depressão lhe viera logo em seguida, como um corvo que procura destruir plantações. E a nova mulher partiu. Ele estava só, apenas com seus pensamentos. Veio-lhe à lembrança todas as vezes que brigara com seu próprio pai sem motivo algum, quando acusava a mãe de trair a família. Quando dissera “não” à sua pequena filha. Quando abandonara a família. “Não passo de um idiota”.

E viveu assim, durante o resto de sua vida. Quase que celebrava sua mediocridade. De quando em quando fazia um amigo. Até que um dia, um dia que mudaria sua vida, um velho senhor sentou à mesa do bar em que bebia o segundo copo de destilado e disse-lhe: “é meu, caro, quem semeia ventos colhe tempestade”. Não conhecia o velho, mas conhecia o ditado, e pensou que ele nunca fora tão bem colocado.

E então, sem mais nada pela frente, ele pensou: “Talvez um dia as pessoas me perdoem, talvez um dia eu me perdoe”.

E foi assim, tão sem ideias, que ele morreu.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

do recomeço


recomecei. novas e velhas pessoas voltam à tona em minha vida, fazendo-me rir, chorar, brincar. os olhos que riem ainda estão ao meu lado. e isso é o que importa.

não, eu não voltei com tudo, nem gosto dessa frase. é chata é clichê, e de clichês já bastam os que têm na nossa vida.

o recomeço dá uma idéia de... oi? recomeço. bom saber que o mundo te dá esse direito. de simplesmente fingir que certas coisas não aconteceram, que foi um sonho ruim que acabou. acordei. acordamos.

inteligente essa coisa de acordar de uma vida que você já está acordada, né?

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

das mãos


É bom ver certas coisas. é bom rever, é bom abraçar. como quando um abraço é um recomeço, como quando a piada velha faz você rir como se fosse inventada há pouco. como quando a briga deixa o meu queixo tremendo, pra depois você dizer, vem cá, índia, me dá um beijo.

FACULDADES, LIVROS DE AUTORES DE NOMES COMPLICADOS OU PALAVRAS DIFÍCEIS não são tudo! viver, saber viver, sozinho ou com alguém são os verdadeiros diplomas. pouco importa o quão qualificado seja ou se vai salvar vidas. há um quê de egoísmo no que falo, o importante é que salve a minha vida.

há um tempo em que me importava em estar ao lado de pessoas que sabiam conversar, quando percebi que a melhor conversa é aquela que não precisa falar nada. a conversa dos olhos, principalmente dos olhos que riem. a boca não precisa rir, os olhos sim.

não precisa de muita coisa, nem de muitos diplomas, nem de muitos cursos. precisa apenas que suas mãos combinem com as minhas.



domingo, 21 de agosto de 2011

sobre nomes bíblicos

Nomes bíblicos sempre fizeram parte da minha vida. minha mãe tem nome bíblico, minha avó tem nome bíblico, meus dois pais têm nomes bíblicos.

mas nunca, nunca um nome bíblico me botou tão pra cima quanto o nome bíblico que tá comigo, ao meu lado, agora.

nunca, nunca desmerecerei o nome bíblico anterior. ele estará, para sempre, em meu coração, em minha vida, em minha memória, e no que sou hoje; mas o nome bíblico que me acompanha hoje, me chamando de "índia" em todos os cantos, pra todo mundo ouvir, têm me feito tão bem que não tem como eu não falar dele nesse post.

são marias, germanos, tiagos, josés, andrés, lucas's, e mateus's que sempre estarão na minha vida.

obrigada, nomes bíblicos