segunda-feira, 19 de setembro de 2011

da crônica de um amor louco


Terminei de ler Crônica de um amor louco. Foi o livro mais engraçado, empolgante, que me fez ler à luz de velas quando a Eletroacre resolveu dar o ar da graça, deixando sem energia elétrica o conjunto onde moro por cinco horas. CINCO MALDITAS HORAS! Mas não é disso que falo.

Achei o primeiro volume da obra Ereções, Ejaculações e Exibicionismos bem melhor que o segundo. Sim, eu e essa mania de ler o segundo antes do primeiro. Bukowski me domina. Velho tarado dos infernos. Ele devia ser uma loucura. Estar com ele devia ser um loucura. Dizendo que, tipo, carteiro, filho da puta, não tinha onde cair morto - vivo, morto a gente cai em qualquer lugar - e punheteiro de uma figa.

Adoro o jeito simples e direto que ele escreve. E vamos rir. Identifiquei-me, de cara, com a primeira crônica. A da índia. Só que eu não me chamo Cass nem - de longe - sou a mulher mais bonita da cidade. Mas deixa eu me identificar com quem eu quiser porque eu fico feliz.

E já que to curtindo essa onda beat da literatura, vou ler On the road. E fiquem calados, o pessoal aí de casa, porque eu quero ler.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

É difícil quando as coisas tomam rumos que a gente não domina. Como quando você pensa que tem as rédeas do cavalo da vida e, de repente, ela perde os prumos. O cavalo desembesta pro meio do mato e você acaba se arranhando toda. Isso quando não cai. Cair é uma merda. Ou pior, cair em uma merda.

E o risco é grande. Ultimamente descobri que olho grande é algo assustador. Às vezes as pessoas que te rodeiam estão tão carregadas, ou tão mal-amadas, que não conseguem sentir felicidade na sua felicidade. Isso é comum. Ou elas sentem raiva de você por alguma característica que lhe é sua, ou por algo que você tem. Dizem que as crianças, logo que nascem, ficam doentes quando mulheres olham pra elas com o desejo de tê-las. Quebranto, eu acho que é o nome. Não me interessa agora, mas me assusta.

Nessas horas a gente tem que segurar na balança da vida e não cair. Tentar não cair. É um lance muito esquisito. Você tem amigos bons, você tem família, mas parece que ainda tem algo por vir que não completa. Não, minha gente, não quero ter filhos (mateus, não se preocupe). Quero algo. Quero lembranças boas. Quero fazer lembranças boas.

Vai entender essa mente

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

das peças que a vida prega


Estavam tranquilos. Ouviam AC/DC e ela remexia os cabelos ao som de Back in Black. Apesar do cabelo comprido dele, ela sabia que ele não gostava de rock. MPB, que coisa estranha pra se gostar quando se tem cabelos compridos! Mas respeitava, e até curtia as caras e bocas que ela fazia enquanto cantava.

Ela está dez quilos mais gorda. Ele está só cinco, mas ainda é bonito. Ela nem tanto, ele sim. E ela tava naquela incerteza que dá quando se está acima do peso. Estou feia. Não, está linda! Eu vou sempre te achar linda.

Por que você tá comigo? Você deve está pensando que essa pergunta foi feita por ela, mas errou. Foi feita por ele. Desprevinida, ela respondeu. Eu me amo mais quando estou com você. Era uma frase batida que algum garoto qualquer disse uma vez a ela, quando ela a perguntou o que era amor.

Intimamente, a garota relembrou o início, quando havia perguntado se ele era apaixonado por ela. Mas o que é paixão? Que porra é essa? É pensar o tempo todo na pessoa? É lembrar de quando se conheceram? É rir das bobagens? Isso é paixão? Então, assumo, estou apaixonado.
Ela gostara da quase grosseria da resposta. Achou bonito. Ao contrário das palavras difíceis, das citações de mestres da filosofia, de grandes autores de nomes difíceis. A alma dele deixou-se responder. E foi a resposta mais grosseira e sincera que já recebeu.

Ela relembrou também das dúvidas. Quando valorizava os conhecimentos acadêmicos aos empíricos. Em tão pouco tempo ela percebeu uma diferença tão imensa nela, e nele. Nele, principalmente nele. Ele já consegue dizer que ama. Ao invés de dizer "que porra é essa?".

Essa porra é amor! E quando eu estou com os olhos que riem, e quando os olhos que riem estão com a índia, a porra do amor é visível.

PS: O amor sempre acaba em porra, mesmo, né?

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

das coincidências

Hoje foi um dia de coincidências. Conto isso porque, há 15 anos atrás, meu meio-irmão foi noivo. Minha mãe não aprovava e todo o resto, ele tinha 18 anos e como eu não me dou muito bem com ele, nem fiz questão de saber de sua vida passada. Só lembrava que ele tinha tido uma noiva porque no dia de Natal ele passou a noite com ela e minha mãe quase endoidou. Minha mãe tem esse dom...

Daí uma conhecida (até então conhecida) disse que ia pro rock in rio comigo. E disse que ia ficar num albergue perto do morro do Vidigal. Nada contra. Mas pra uma acreana que nunca saiu daqui direito, ficar no Rio de Janeiro, longe da cidade do rock, sozinha é loucura. E eu não tinha com quem ir no dia do Metal. Imaginava a cena de uma índia pairando em cima de uma nuvem de gente de cabelos compridos. Então, essa minha conhecida ia nesse dia. Olha, duas acreanas sozinhas numa nuvem de gente de cabelos compridos é melhor que uma sozinha em cada canto.

Aí eu falei com a minha prima, pessoa que vai me salvar me acolhendo nesse Rock In Rio, dizendo dessa minha amiga. Inventei que nós eramos amigas de infância. Fui falar dela com minha mãe e só sabia o nome e sobrenome. Por coincidência, sabia onde ela morava. Mora no Aviário, mãe. Qual é o nome dos pais dela? Ah.. erg... *anne visita secretamente o facebook* A avó se chama fulana. AH, A FULANA. Meu irmão logo se pronuncia. Essa menina é minha filha!

A filha da mulher que foi noiva do meu irmão chama ele de pai até hoje. Só descobrimos agora. Cabou que a prima que vai me acolher é prima dela também! E ainda dizem que o Acre não é um ovo. Eu acredito. O Acre é só o cu do pinto do ovo, minha gente! E descobrimos que vamos no mesmo dia, e voltaremos no mesmo dia, vamos pro mesmo aeroporto! Quer dizer. O Acre é a bactéria do cu do pinto

então, minha gente, tenho com quem ir no dia do Metal do R i R. Fiquem tranquilos porque duas cabeças pensam melhor do que uma... E vamos levar a bandeirinha do Acre.

do inferno astral


Olha, se tem uma coisa que eu tenho absoluta certeza é que existe esse tal inferno astral. E se tem uma pessoa ao seu lado próxima a fazer aniversário, cuidado! Porque inferno astral, pega!

Inferno astral seria o mês anterior ao seu aniversário onde tudo o que tinha pra dar errado, coleguinhas, vai dar. Quando aquela máxima de que o que tá ruim pode piorar, de fato, acontece. E eu tô no inferno astral por osmose.

É urucubaca que não tem fim. Sabe aquele dinheiro que você tinha contado? O banco "come" sem explicação. Sabe aquela briga sem motivo, que envolve sua mãe, sua tia, sua irmã, sua vizinha, a empregada e, por tabela, a vizinha da empregada? Pois sim, ela vai acontecer. Fique atento.

Falo isso porque sou uma das pessoas que sofrem com as outras. Tudo o que tinha pra dar errado pra alguém próximo a você, vai dar errado com você também.

Mas (sempre o mas), se você está passando pela mesma situação que eu no atual momento, não se desespere. Não, não adianta saltar do meio-fio à espera de que o suicídio aconteça. Papel higiênico também não é a melhor dica para se matar. Acredite que, se você também está vivendo o irferno astral por tabela, é porque você está ligado de tal forma a alguém que vocês se tornaram uma, olha que lindo!

Mentira! Você tá nessa pendenga porque merece mesmo. Ora porra de ligação com outra pessoa!

terça-feira, 13 de setembro de 2011

das recordações


ela pensava de quando em quando no que tinham passado. desde o começo ao fim. fim, sempre o fim. aquele que a gente nunca espera, mas que sempre chega.

ela lembrou daquela vez que eles cantaram "um elefante incomoda muita gente" até o número 50. de quando fez tanto frio na cidade que eles brincavam de soltar fumaça. "-é uma reação entre o ar quente e o ar frio". "-eu sei, sandoval, eu sei!". Ele sempre pensava que era mais inteligente que ela. e ela acreditava.

teve aquela vez que eles foram ao velório da vizinha dela. "-eleanor, nosso primeiro evento social é um velório" e riram na frente dos outros.

depois de tanto relembrar, ela percebeu que não sentia saudade de nada... pela primeira vez, fez questão de rir. agradecia a presença que ele teve, mas agora, agora já não era nada. e ser nada às vezes é tudo

terça-feira, 6 de setembro de 2011

do idiota

tenho me entregado de forma quase sexual ao livro do Dosta. Idiota. Sim, só o título do livro descreve como me sinto nos últimos dias. claro que os olhos rasgados têm melhorado significativamente minha existência, mas Idiota ainda é um dos adjetivos que me definem no atual momento.

penso que às vezes confiamos demais, e confiança demais, assim como qualquer coisa "demais", é prejudicial. é prejudicial quando você confia muito de suas lembranças a alguém, é prejudicial quando você acredita em eternidade. tudo é prejudicial.

no mais, é como diz a senhora minha mãe (que Deus sabe que tem me tirado um pouco a paciência nos últimos dias), não Anne, ninguém é amigo de ninguém. inclusive eu.