quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

o dia que me beijei

já havia se passado um mês desde que o outro se fora quando vi o moço das tatuagens. pelo menos, quando o vi sem camisa - mas sem nem um quê de sexo. o interessante a respeito do rapaz em questão é que, ao contrário daquele que se fora, este era igual a mim. talvez seja a coincidência das datas de nascimento. talvez todas as pessoas nascidas em tal dia beijem desse jeito, e façam pequenos gemidos na tentativa de atrair. foi a vez que vi como eu mesma atuava diante dos homens. e me apaixonei por mim mesma naquela ocasião: pelo meu jeito, meu abraço, meu cheiro.

a falta de interesse no sexo - à primeira vista, pelo menos - também chama atenção. não sei se é falta de interesse, como dito (ah, como queria sua mão lá, meu anjo. como queria), ou se tenta dizer que é respeitoso. e eu tento tanto falar que sexo não é desrespeito, e que tal se fôssemos pra cama agora, mas infelizmente eu - assim como ele - tenho a ideia de que a copulação tem de vir em boa hora para que o relacionamento seja perfeito. assim como ele.

me senti uma menina de doze anos tentando aprender a beijar o próprio reflexo no espelho. um reflexo tão contrário de mim - com olhos verdes e cabelos castanhos claros -, mas, ao mesmo  tempo, tão igual.

é, é a comprovação de que somos seres atraídos pelo biotipo diferente, na busca de trazermos humanos melhores. uma mistura desigual e tão geneticamente indispensável. ah, bendita necessidade de sobrevivência. aquela que atrai o inesperado, o distinto. e que, espiritualmente falando, é tão similar

Um comentário:

  1. E infinitos porques de tendo o espírito se encontrado, a alma insistir no desencontrar dos corpos... sdds simplicidade sentimental!que falta me faz!

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