sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

a menina de treze

Bem naquela fase incômoda, entre os 12 e 14 anos, em que o termo criança é quase abominável. E ela não podia ser diferente. Nessa época, o interessante é ser diferente, e como todos pensam da mesma forma, acabam por se tornarem todos iguais.

A garota não era diferente. Claro, como a mãe bailarina que quebrara os pés numa apresentação, ela era apaixonada por ballet. Opa, uma diferença. Mas, ao contrário de sua geração comum, não se interessava pelas músicas que faziam sucesso. Quer dizer, suas músicas e artistas preferidos faziam sucesso, mas não para o mesmo público. Ok, mais uma diferença.

Acredite ou não, mas aos treze, dava conselhos à amigas de vinte e dois. Sim, tinha amigas de vinte e dois. Que recebiam seus sermões de cabeça baixa, e não acreditando em como uma garota tão jovem poderia ser tão madura. Ou não tanto assim. Olha aí outra diferença!

Esqueçam tudo o que eu disse: ela era diferente.

Um comentário:

  1. A menina de treze só não tem mais certezas, porque a própria certeza tem dúvidas se lhe deve dar mais certezas!

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