quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Mariana, Iara e Esmeralda


Mariana de batismo. Mas nunca era Mariana. Pouco era Mariana. Quem era Mariana? Nem Mariana sabia.

Preferia quando era Iara, a moça de cabelos longos, morena, de olhos indígenas, de conhecimentos ancentrais. Sabia tudo da mata, dos espíritos, das facetas humanas. Conhecia o mundo, este e o outro. Não era bonita, mas era simpática, e sua simpatia era diferente. Não chamava atenção, mas mesmo assim, chamava atenção.

Quando Mariana era Iara, era uma pessoa melhor. Sabia dar conselhos, sabia o que falar, não tinha medo dos 'homens brancos'. Quem viesse, levava. Quem falasse, ouvia. Mesmo assim, poucas eram as que ficavam com raiva. Elas ficavam felizes com seu conhecimento. Era interessante, não era bonita, mas era interessante.

Esmeralda, essa era o problema de Mariana. Quando ela vinha, vinha com tudo. Era uma moça caliente, insinuante, gostava de muita maquilagem, muita bebida, muito sexo. Tudo muito. Sem pudores, sem problemas. Os homens gostavam dela. E ela gostava dos homens, e gostava mais de si mesma.

Parecia uma cigana. Dançava em frente aos outros com a intenção de chamar atenção. Pedia atenção. E tinha atenção. Seus movimentos eram de extrema elegância, era uma expert em atrair olhares. Sua boca, sempre vermelha e em formato de coração, chamavam os homens. E eles iam, sempre iam.

No final das contas, quem é Mariana? Ela não sabia. Não era ninguém. Eram três. Era nenhuma

Um comentário:

  1. Vou a apresentar Esmeralda pra Madalena. Elas vão se dar bem.

    Já é meu texto favorito.

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